Blog Agility

Firewall de transações: entendendo a fundo a tecnologia anti fraudes

Firewall de transações: entendendo a fundo a tecnologia anti fraudes

Compreenda o funcionamento e a inovação da tecnologia exclusiva da INETCO, cuja patente foi recentemente concedida; sua aplicação é capaz de mudar o panorama da segurança contra fraudes no mercado.

O combate à fraude em pagamentos percorreu um longo caminho: de regras estáticas e listas negras nos primeiros sistemas eletrônicos, passando por pontuações heurísticas e regras cada vez mais complexas, até as soluções atuais baseadas em machine learning e análise em tempo real.

Hoje, a velocidade das transações digitais e a sofisticação dos atacantes — que usam automação e, crescentemente, técnicas de inteligência artificial para testar, adaptar e escalar golpes — exigem defesas que não apenas detectem anomalias, mas que atuem no momento exato em que uma operação de risco tenta ser concluída.

Dessa evolução conceitual emergiu uma nova classe de controles: ferramentas capazes de interromper fraudes “no ar”, antes que pagamentos se completem — e é aí que entra o conceito do firewall de transações, cuja patente foi recentemente concedida à INETCO, empresa global líder em soluções antifraudes.

Afinal, como funciona?

Em termos práticos, um firewall de transações é uma camada de proteção posicionada diretamente no fluxo de pagamento que inspeciona, em milissegundos, os campos individuais de cada transação — terminal ID, PAN, BIN, geolocalização, device fingerprint, timestamp, padrões de sequência e outros atributos — e aplica decisões de bloqueio, rate-limit ou autorização com precisão cirúrgica.

Diferentemente de soluções que operam apenas com score agregado por conta ou cartão, o firewall avalia atributos de cada mensagem de pagamento e pode intervir em nível de campo: por exemplo, bloquear somente operações originadas de um terminal com fingerprint suspeito, suspender transações com combinações anômalas de atributos ou aplicar um desafio adicional para aquela única operação.

Essa granularidade reduz significativamente falsos positivos e possibilita respostas imediatas a ataques zero-day.

Defesa em três camadas

Tecnicamente, um firewall de transações moderno combina três camadas principais. A primeira é a coleta e correlação de telemetria end-to-end: registrar cada evento no fluxo de pagamento para gerar um “snapshot” completo da transação, incluindo metadados de rede, identidade do dispositivo, histórico do cliente e contexto do ecossistema.

A segunda camada é a avaliação em tempo real por modelos adaptativos e regras de negócio: pipelines de ML comparando o comportamento atual com perfis dinâmicos de usuário, terminal e cesta de risco, além de detecção não supervisionada para identificar padrões novos.

A terceira é a execução de políticas atômicas: quando um sinal ultrapassa um limiar, o sistema pode bloquear a transação, bloquear apenas um campo, aplicar um rate-limit, redirecionar para verificação humana ou solicitar autenticação adicional. Tudo isso precisa ocorrer dentro da janela temporal de autorização — tipicamente em dezenas a centenas de milissegundos — sem degradar a experiência do cliente.

Exemplos de cases

A patente recentemente concedida à INETCO que desenvolveu um firewall de transações formaliza esse conjunto de técnicas: inspeção de campos, tomada de decisão instantânea baseada em modelos adaptativos e execução de ações atomizadas dentro do fluxo de autorização.

A formalização patenteada não é apenas cosmética: reflete um reconhecimento da complementaridade entre visibilidade profunda do fluxo, automação de decisão e a necessidade de respostas discretas e cirúrgicas, em oposição a bloqueios globais que prejudicam receita legítima.

Na prática, os benefícios ficam mais claros com exemplos concretos. Imagine uma campanha de “card-testing” (testes automatizados de cartões) onde bots tentam centenas de combinações em alta velocidade. Um firewall de transações detecta a anomalia de padrão — picos de tentativas vindas de uma mesma fingerprint ou de uma sequência de terminais atípica — e bloqueia apenas as requisições daquele endpoint ou aplica rate-limit, sem interromper transações legítimas de clientes que compartilham o BIN testado.

Em outro cenário, uma tentativa de account takeover utiliza combinações estranhas de IP, geolocalização e padrões de dispositivo; o firewall pode exigir autenticação forte apenas para essa combinação, permitindo que o restante da operação continue fluindo.

Num terceiro caso, ataques assistidos por IA que fingem comportamentos normais são mitigados por modelos auto-treináveis que aprendem em tempo real e aplicam medidas de contenção antes que o atacante avalie a eficácia do golpe.

Um complemento, e não uma substituição

É importante frisar que o firewall de transações não substitui camadas como 3D Secure, tokenização, EDR/XDR ou controles de identidade e KYC: ele complementa essas defesas ao atuar exatamente no ponto de decisão da autorização, onde a maior parte das perdas é evitável.

A vantagem estratégica é dupla: reduzir chargebacks e perdas financeiras, ao mesmo tempo em que diminui falsos positivos que impactam a conversão e a experiência do cliente. Além disso, um firewall bem integrado alimenta equipes de análise com dados muito mais ricos e contextualizados, acelerando investigações e aperfeiçoando modelos.

Como aplicar aos negócios?

Implementações eficazes tipicamente seguem um roteiro pragmático: começar por casos de uso de alto impacto (card-testing, account takeover), integrar telemetria end-to-end com fontes internas e externas, calibrar políticas em modo observability antes de ativar bloqueios automáticos, e iterar com ciclos curtos de feedback para aperfeiçoar modelos.

Muitas organizações optam por deploys progressivos, começando por ações de mitigação menos invasivas e evoluindo para bloqueios mais contundentes conforme confiança e governança amadurecem.

Do ponto de vista financeiro, o firewall de transações pode oferecer alto retorno sobre investimento. Prevenir uma fração dos chargebacks e fraudes que ocorrem no ponto de autorização evita custos diretos e indiretos — devoluções, investigação, perda de reputação e aumento de prêmios de risco.

Em setores com volumes massivos de micropagamentos ou onde a experiência do cliente é crítica, a capacidade de bloquear com granularidade sem interromper clientes legítimos traduz-se em ganhos operacionais e comerciais mensuráveis.

Uma nova era em tecnologias antifraude

Em resumo, o firewall de transações da INETCO representa uma evolução pragmática e necessária na defesa contra fraudes em pagamentos. Ao permitir decisões rápidas, granulares e contextualizadas dentro do próprio fluxo de autorização, ele ataca o problema exatamente onde as perdas podem ser evitadas.

Para organizações que operam em tempo real e lidam com alto volume de pagamentos, integrar um firewall de transações à arquitetura de risco é hoje uma decisão estratégica: reduz fraudes, preserva receita legítima e alinha a defesa com a velocidade dos atacantes. Investir nessa camada não é um luxo; é adaptação operacional à natureza dos riscos contemporâneos.